Por: João Carlos Testa*
No cenário nacional, a queda da inflação divulgada recentemente demonstra que o Brasil está no caminho certo. Índice fechou 2016 em 6,29%; e projeções mostram que custo de vida do brasileiro continuará a cair em 2017. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 6,29% (abaixo do teto da meta de 6,5%) e abaixo do resultado de 2015, quando a taxa foi de 10,67%.
No cenário paranaense, a Região Metropolitana de Curitiba (RMC) fechou 2016 com a menor inflação do País, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado da inflação surpreendeu os economistas, que esperavam que 2016 fechasse com uma inflação maior. Foi a primeira vez que a inflação fica abaixo do teto da meta estabelecida pelo Banco Central (6,5%) nos últimos dois anos. A notícia é positiva tanto para o Brasil quanto para o Estado e os municípios porque pode incentivar a redução da taxa de juros e uma retomada mais efetiva do crescimento da economia, gerando emprego e renda.
A queda na inflação em 2016 foi influenciada, principalmente, pela baixa no preço dos alimentos. O Banco Central prevê que o custo de vida continue a cair no Brasil; e grande parte desta conquista pode ser creditada ao setor do agronegócio brasileiro.
O conceito agronegócio abrange também a indústria e os serviços mais diretamente ligados ao setor, incluídos aí, por exemplo, o sistema de produção de alimentos industrializados e o de celulose. Nesse sentido, nada menos que 14,5% das atividades de transporte e do comércio são diretamente dependentes do agronegócio.
O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro, estimado pela Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, apresentou crescimento de 0,30% em outubro, acumulando alta de 4,28% de janeiro a outubro de 2016.
O mais recente estudo sobre as proporções da mão de obra empregada no agronegócio, de julho de 2016, também realizado pela CNA, com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2014, demonstra que o agronegócio proporciona 32,7% dos postos de trabalho no Brasil, portanto emprega quase um terço da mão de obra, o que não é pouca coisa.
Outra boa notícia, ainda de acordo com dados da CNA, é que o agronegócio deve apresentar expansão de 2% em 2017, segundo estimativa da Confederação, o setor vem apresentando crescente melhora desde que aumentou a sua participação no PIB de 2015, com alteração do percentual de 21,5% para 23%.
Para fevereiro, o mercado financeiro também passou a estimar uma redução maior da taxa Selic. Até então, projetava um corte de 0,50 ponto percentual, de 13% para 12,50% ao ano, mas revisou a estimativa e passou a projetar um corte de 0,75 ponto percentual, para 12,25% ao ano.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do Banco Central para tentar conter pressões inflacionárias. A instituição tem que calibrar os juros para atingir índices pré-determinados pelo sistema de metas de inflação brasileiro.
As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços. Quando julga que a inflação está compatível com as metas preestabelecidas, o BC pode baixar os juros.
Contudo, menos inflação significa também mais crédito para indústrias, comércios e CONSUMIDORES, promovendo o crescimento e a certeza de que se existem setores que estão trabalhando e conseguindo crescer contra qualquer torcida pessimista, também nós empresários, cada um em seu ramo, podemos atingir nossos objetivos e juntos permanecermos fortes e representativos como esteio das economias municipal, estadual e nacional e do crescimento do Brasil.
*João Carlos Testa é Engenheiro Agrônomo, Gerente e Sócio da Celeiro Agrícola e Presidente da ACIC Cianorte.