É Proibido Crescer!

Por: Luiz Sérgio Castardo

A carga tributária sofrida pelos empresários brasileiros sempre foi um entrave para nosso crescimento e desenvolvimento, mas nos últimos anos ela beira o abuso. A classe empresarial está sendo colocada, quer queira, quer não, como o suporte de amparo para todas as mazelas causadas pela má gestão econômica em diversas instâncias políticas no nosso país, que ‘resolvem’ todos os problemas aumentando impostos, que somados às altas taxas de juros agravam o desiquilíbrio financeiro de qualquer empresa.

Com altas taxas de juros, o consumo diminui. Sem consumidores a produção e os investimentos também são desestimulados. Quando se reduz a capacidade produtiva, é necessário diminuir as contratações, assim, o círculo vicioso do desequilíbrio econômico: juros altos – menos consumo – menos produção – menos emprego, se perpetua.

No que diz respeito aos impostos, não tem como escapar das desvantagens, principalmente quando se é micro ou pequeno. Se o empresário opta pelo Simples, corre o risco de perder de vender para grandes empresas, que não terão o crédito do ICMS. Se a opção for a tributação pelo Lucro Presumido, a empresa não terá os créditos do PIS e COFINS, no sistema não cumulativo. Quando se enquadra no Lucro Real então, a situação piora: os níveis de exigência nos controles e na contabilidade são absurdos e intimidadores, não considerando algumas despesas como dedutíveis para o cálculo do lucro real, e, caso venha a ter picos de lucro, a empresa pagará ainda mais impostos.

Com uma política tributária desfavorável aos negócios, crescimento e desenvolvimento acabam ficando em segundo plano na agenda do empresário, que precisa se desdobrar, para somente manter sua margem de lucro.

Neste quadro antagônico onde todos sabem que a classe empresarial tem o poder de proporcionar uma vida mais digna por meio da oferta de emprego e renda, nada se faz para que ele se desenvolva e prospere, impossibilitando-o de crescer. Mais do que de reflexão, precisamos de uma política tributária mais justa, e precisamos logo!

Luiz Sérgio Castardo, empresário do ramo calçadista, contador, presidente da ACIC Cianorte.