Por: Luiz Sérgio Castardo
Precisamos pagar impostos. É com eles que o governo pode prestar serviços como saúde, educação e segurança. Mas, qual é o preço justo? Somos nós empresários que devemos sempre arcar com os rombos feitos pela má gestão do dinheiro público?
Em uma análise simples, utilizando como exemplo as altíssimas contas de energia elétrica que todos temos recebido, verificamos que cerca de 40% do valor total de nossas contas se deve a encargos e tributos. Nosso Estado está se reerguendo e divulgou recentemente que enquanto outros Estados sofrem com a queda na receita, o Paraná registrou até agosto, um aumento de 14% na arrecadação, a previsão é encerrar o ano com um superávit de R$ 2 bilhões, mas isso foi conquistado sacrificando a classe empresarial com aumento de 50% no ICMS, em vários setores do comércio, onde a alíquota passou de 12% para 18%; somado ao aumento de 40% no IPVA que passou de 2,5% para 3,5%.
É importante que o Estado esteja saudável financeiramente, mas tão ou mais importante quanto o panorama presente, é o cenário futuro. Se para equilibrar as contas, nós empresários estamos tendo que pagar muito mais impostos, frutos de uma política tributária cujo carro chefe se resume a aumentar as alíquotas quando falta dinheiro, ao invés de priorizar reduzir custos, sobrará cada vez menos para investir na modernização e ampliação de nossos negócios. Sem investimentos não haverá novos postos de emprego, não haverá novas receitas e o mercado irá parar, as vendas vão diminuir e começa uma cadeia de acontecimentos que resultam na estagnação ou queda da economia.
Nossa indignação não é pelo motivo de ter que pagar impostos, mas sim por ter que pagar pela má gestão, pelo desvio de dinheiro, duas vezes pela educação de nossos filhos, duas vezes pela saúde das nossas famílias. Nossas obrigações tributárias andam completamente desvinculadas da realidade: pagamos cada vez mais e temos cada vez menos contrapartida de nossos impostos.
A solução é simples: diminuam os gastos com a máquina pública, criem mecanismos eficientes anti-desvio do dinheiro público, e assim teremos condições até de baixar os impostos. Não é impossível, mas depende de eficiência na gestão e força de vontade!
Queremos pagar o preço justo, nem mais, nem menos!
Luiz Sérgio Castardo, empresário do ramo calçadista, contador, presidente da ACIC Cianorte.